Voa em meio a novos ares, em busca do horizonte, deixando palavras pelo caminho...
segunda-feira, 5 de março de 2012
Pausa para uma prosa
Ah que necessidade urgente de falar. Falar qualquer coisa. De qualquer forma. Sem grandes combinações de palavras e significados, rimas boas ou tolas. É que escrever assim, sem medida, me parece mesmo de uma simplicidade que emociona menos. Mas hoje não quero emocionar nada. Então, pausa. Vamos em prosa, que de poesia temos aos quilos, litros, metros. Quilos de flores, litros de lágrimas, metros de estrada. Entre outras tantas. Ah, mas que liberdade é essa que o parágrafo tem que o verso nunca me deu? Ora essa, se o verso nem ponto precisa ter no final, nem sentido completo precisa fazer afinal! Mas posso me espreguiçar tão bem entre um período e outro que quase me rendo e concordo: a prosa tem lá seu valor! E para rimar não precisa poesia, para emocionar não precisa simetria, vamos nessa onda seguir... sem guia. Solta, solta (percebeu a abertura do O na segunda? diga sólta!) Oba! Vambora. Prosa. É conversa. Sem interlocutor, eu sei. Ou não, que estando aqui terá quantos couberem e vierem. Já me justifiquei, vamos parar de fugir e entrar no tema. Não temas. A vida segue e é preciso muita arte, muita firula, muita gracinha, muito sorriso, muito pretexto, para não sucumbir à monotonia, ao tédio, à solidão e à tristeza. Sei disso, então enfeito. Coloco efeito. E vai ver por isso prefiro outro jeito. Entendeu? Vou e volto, a síntese corre e escorre pelas mãos, pelo texto, pelo visto. Ora essa, de quê quero tanto falar? Me engasga a garganta aquela última palavra ouvida. Me engasga a ponto de senti-la voltar. Mas não há como dizê-la novamente. Porque não foi a minha voz que ouvi. Mas a sua. E por isso ela apenas vem na ânsia de ser regurgitada e sufoca. Se não posso ouvi-la, respondo-a: cuidarei de mim. Claro que sim. Será mais leve sem remorsos e erros não cometidos. Será mais difícil sem ombros e ouvidos. Será mais fácil sem tanta vida mais pra contar. Será mais estranho sem você para acompanhar. Será? Como tudo nessa vida, o texto também termina. Mas tenho respeito por quem chegou até aqui comigo. E não teria coragem de simplesmente acabar. Será?
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Bela metapoesia. Ou seria prosa? rs
ResponderExcluirEu adorei!
ResponderExcluirSimples, gostoso de ler, crescente!
Muito bom!
Parabéns, Joyce!
Beijos,
Raquel Moren